Urgências Laparoscópicas
Algumas condições merecem atenção pelo risco que as pacientes estão expostas e necessitam de abordagem adequada por especialista.
Abaixo pontuo algumas dessas situações que são consideradas urgências ginecológicas e obstétricas:
Gravidez Ectópica
Pacientes com história prévia de endometriose, DIPA, tabagistas, gestação ectópica, laqueaduras e aquelas que realizaram fertilização in vitro (risco aumentado quando se aplica demasiada pressão no êmbolo de injeção).
Usuárias de DIUs, quando apresentam falha do método, têm uma chance maior de gestação ectópica.
Dor pélvica (em geral na fossa ilíaca), atraso menstrual e sangramento vaginal.
Dosagem de Beta-hCG quantitativo e Ultrassonografia transvaginal.
Quando indicada a laparoscopia (pacientes estáveis hemodinamicamente), a técnica pode ser por salpingostomia linear (quando ectópica íntegra) ou salpingectomia.
Corpo Lúteo Hemorrágico
Sangramento que ocorre na segunda fase do ciclo menstrual.
Dor pélvica em geral sem sangramento vaginal.
Ultrassonografia transvaginal.
Analgesia e reavaliação em 48 horas em caso de tentativa de tratamento conservador. Em casos de abdome agudo (dor intensa) indicada cirurgia para exérese do cisto e cauterização para hemostasia.
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Torção de Ovário
Dor abdominal súbita, proveniente da isquemia pela torção do pedículo ovariano.
Ultrassonografia transvaginal (com Doppler para avaliação do pedículo vascular).
Cirurgia de urgência para distorção do pedículo e pexia (fixação) do ovário (para evitar recorrência do episódio). Quando há presença de isquemia do tecido ovariano, deve-se realizar a ooforectomia.
![](https://dradolfogabriel.com.br/wp-content/uploads/2023/07/Ovarian-Torsion-400x278-1.png)
Abscesso Tubo-ovariano
Doença inflamatória pélvica.
Dor pélvica com risco de abdome agudo em caso de rotura do abscesso.
Ultrassonografia transvaginal.
Laparoscopia é recomendada quando há quadro de abdome agudo, quando a massa pélvica do abscesso persiste ou aumenta de tamanho (mesmo com tratamento antibiótico adequado) ou quando há falha do tratamento clínico.
Caso não seja tratado e abordado de maneira correta, as pacientes podem evoluir com quadro de aderências pélvicas, hidrossalpinge, dor pélvica crônica, síndrome de Fitz-Hugh-Curtis (aderência hepáticas), além do risco de evoluírem com infertilidade ou gravidez ectópica.