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Climatério e Menopausa

QUAL A DEFINIÇÃO?

O Climatério é, na verdade, um período de transição fisiológica em que se percebe diversos sintomas decorrentes das variações hormonais até o diagnóstico da menopausa propriamente dita. Essa, por sua vez, é um marco pontual, uma data específica em que se apresentou, pela última vez, uma menstruação. Portanto, o diagnóstico da menopausa é feito de maneira retrospectiva, quando se identifica que se completou um ano sem a ocorrência de uma nova menstruação.

Diagnóstico e Dosagem Hormonal

O diagnóstico é clínico, como apontado acima. Entretanto, podemos nos valer de exames laboratoriais para corroborar esse diagnóstico.

O primeiro marcador a apresentar queda e que acende o sinal de alerta para o período do climatério é a Inibina, que gera num primeiro momento elevação do hormônio folículo estimulante (FSH), que é o melhor parâmetro laboratorial para se identificar a fase climatérica. 

Duas dosagens de FSH com intervalo de 4-6 semanas com identificação de valor acima de 25 mUI/ml indicam o início da fase de transição climatérica.

Com o aumento do FSH há aumento da aromatase e, consequentemente, do estradiol.

Num segundo momento ocorre a queda do estradiol pelo esgotamento folicular seguida de diminuição da produção de hormônios androgênicos (androstenediona e testosterona).

Ciclos irregulares: inicialmente, ciclos menstruais mais curtos (o aumento inicial do estradiol gera picos mais precoces de hormônio luteinizante [LH], encurtando a fase folicular). Posteriormente, pela falência folicular e hipoestrogenismo, não ocorre o pico de LH e os ciclos passam ser anovulatórios, levando à oligomenorréia;
Fogachos (ondas de calor), mais intensos em pacientes magras, sedentárias e tabagistas;
Ressecamento vaginal (em alguns casos até atrofia genital) e queda da libido (pela baixa da testosterona), que pode gerar dor na relação sexual e infecções genitais.
Osteoporose/osteopenia: a queda do estrogênio corta a inibição sobre os osteoclastos, que atuam retirando cálcio dos ossos, levando ao quadro de desmineralização óssea);

Tratamento

As medidas que são essenciais para auxiliar as pacientes a passarem por esse período de maneira mais leve e sem perda da qualidade de vida são as seguintes:

Hábitos de vida

Atividade física, dieta adequada, exposição controlada ao sol

Medicamentoso

Reposição de cálcio e vitamina D

Reposição hormonal

Benefícios da Terapia de Reposição Hormonal

Antes de se iniciar a reposição hormonal, todas pacientes devem ter exames de rotina ginecológica normais, associados a exames bioquímicos (perfis glicêmico e lipídico).

O momento ideal de se iniciar a terapia hormonal é em até 10 anos da menstruação, período este chamado de “janela de oportunidade”. Quanto mais cedo iniciar, mais benefícios as pacientes têm.

A TRH auxilia no tratamento dos sintomas vasomotores decorrentes do hipoestrogenismo e na síndrome genitourinária, além de prevenir a perda de massa óssea e reduzir o risco de fraturas ósseas.

A opção pela via transdérmica mostra-se a mais segura (com menor risco de evento tromboembólico).

O estrogênio vaginal promove melhora local porém sem efeito sobre os fogachos, estando indicado quando a única queixa da paciente é a atrofia/ressecamento vaginal.

Contra Indicações para Terapia de Reposição Hormonal

As contra indicações à TRH são pacientes com histórico de câncer (mama ou endométrio), antecedente de infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral (AVC).

É importante destacar que algumas condições clínicas como diabetes e hipertensão não são, exclusivamente, fatores de contra indicação para a terapia hormonal.