Introdução

Muitas mulheres enfrentam problemas relacionados aos corrimentos vaginais e, na maioria das vezes, acabam tentando resolver a questão por conta própria. No entanto, tratar o corrimento de forma empírica pode levar a corrimentos recorrentes e até mesmo à resistência de fungos e bactérias, dificultando o sucesso do tratamento. Quando uma mulher apresenta sintomas de corrimento vaginal, é importante que ela procure um profissional especializado para receber uma avaliação adequada, um exame físico e, se necessário, exames laboratoriais. Assim, será possível receber o tratamento adequado para resolver o problema de forma efetiva.

Vaginose Bacteriana

Um dos principais tipos de corrimento vaginal é a vaginose bacteriana, causada pela bactéria Gardnerella. O corrimento característico dessa condição geralmente é acinzentado, fluido e, às vezes, bolhoso. Além disso, possui um odor muito forte, semelhante ao cheiro de peixe podre, que incomoda bastante as pacientes que apresentam esse sintoma. É importante que as pacientes com vaginose bacteriana sejam avaliadas e tratadas corretamente. O tratamento pode ser feito com várias medicações prescritas, tanto por via oral quanto por via vaginal. É necessário destacar que a vaginose bacteriana é transmitida durante a relação sexual, portanto, a paciente precisa ser tratada, mas o parceiro não. Além disso, é importante ressaltar que a paciente com vaginose bacteriana deve evitar ter relações sexuais sem preservativo. Isso porque, quando ocorre a ejaculação no canal vaginal, o sêmen, que possui um pH mais elevado do que o pH vaginal, pode favorecer a proliferação das bactérias, causando o corrimento. Portanto, sempre que a paciente apresentar sintomas semelhantes após a relação sexual, é fundamental procurar atendimento médico para avaliação e diagnóstico corretos, seguidos do tratamento adequado. Outro fator que pode afetar o pH vaginal e desencadear um quadro de corrimento vaginal é a saliva. Além disso, hábitos de higiene inadequados, como a prática de duchas internas durante o banho ou após a relação sexual, também podem propiciar o desenvolvimento da vaginose bacteriana. Portanto, é essencial eliminar esses hábitos e limitar a higiene pessoal à lavagem externa da região vaginal. No caso de gestantes com corrimento de vaginose bacteriana, o tratamento também é necessário. Isso porque as gestantes têm maior risco de sofrerem complicações, como ruptura prematura das membranas ovulares, trabalho de parto prematuro e infecção do líquido amniótico. Além disso, a infecção pode subir pelo colo do útero e contaminar a bolsa amniótica, causando um quadro de corioamnionite. Portanto, é fundamental que as gestantes sejam tratadas adequadamente.

Candidíase

Outro tipo comum de corrimento vaginal é a candidíase, causada pelo fungo Candida, mais especificamente pela espécie Candida albicans. O corrimento característico desse tipo de infecção é geralmente branco e grumoso, sendo comparado a queijo cottage. Além disso, a candidíase causa uma vermelhidão intensa nas paredes vaginais e na área externa da vulva, acompanhada de coceira insuportável e irritação. O diagnóstico da candidíase é feito por meio de exame físico. O tratamento de primeira linha é realizado com o uso de fluconazol, porém, gestantes não podem receber essa medicação. Para gestantes, existem opções de tratamento vaginal que duram de sete a dez dias. É importante salientar que a candidíase não é uma doença sexualmente transmissível, portanto, o parceiro não precisa ser tratado. Há fatores associados ao surgimento da candidíase, como queda da imunidade, estresse, irritação, ansiedade e privação de sono. Além disso, doenças como diabetes descontrolado podem diminuir a imunidade e favorecer o desenvolvimento de corrimentos vaginais. O uso de antibióticos para tratar infecções urinárias, amigdalite e outras condições também pode aumentar a suscetibilidade à candidíase. Outra situação que pode favorecer o desenvolvimento da candidíase é permanecer com roupas molhadas por um longo período de tempo após nadar no mar ou piscina. Portanto, é aconselhável trocar de roupa após qualquer atividade que envolva imersão em água, como banhos de mar, piscina ou hidromassagem. No tratamento da candidíase, existem diversas opções, como medicamentos via oral e cremes vaginais. No entanto, é importante ressaltar que gestantes devem ser tratadas apenas com medicamentos vaginais, uma vez que não podem receber fluconazol. Em casos de candidíase de difícil tratamento ou recorrente, é possível identificar outros subtipos do fungo Candida, como Candida glabrata ou Candida tropicalis. Estes subtipos não respondem efetivamente ao tratamento de primeira linha para Candida albicans. Portanto, pacientes com esses subtipos devem ser tratadas com ácido bórico. Por fim, quando uma paciente apresenta corrimentos vaginais frequentes, independente do tipo e das características, é importante realizar um exame de cultura de secreção vaginal e endocervical. Esse exame consiste na coleta de material do canal do colo do útero e do canal vaginal para identificar o agente causador e direcionar o tratamento mais efetivo. Dessa forma, é possível evitar o uso excessivo de medicamentos e a resistência futura a tratamentos.

Conclusão

Os corrimentos vaginais são problemas comuns que podem afetar a qualidade de vida das mulheres. É fundamental entender as principais causas desses corrimentos, como a vaginose bacteriana e a candidíase, para buscar um tratamento adequado. É importante ressaltar que, ao apresentar qualquer sintoma de corrimento vaginal, a paciente deve procurar um especialista para receber uma avaliação adequada e obter um diagnóstico preciso. Somente assim será possível receber o tratamento correto e efetivo para resolver o problema. Evitar hábitos de higiene inadequados, como duchas internas, e adotar medidas de prevenção, como o uso de preservativo durante as relações sexuais e a troca de roupas molhadas, também podem ajudar a prevenir o surgimento de corrimentos vaginais. Portanto, é fundamental entender a importância de receber o tratamento adequado para evitar complicações, especialmente durante a gestação. Além disso, pacientes com casos de candidíase de difícil tratamento devem buscar a identificação do tipo específico de fungo para direcionar o tratamento mais efetivo. Para obter mais informações sobre saúde feminina e receber dicas valiosas, siga-me nas redes sociais. No Instagram, você pode me encontrar como dr. Adolfo Gabriel, e aqui no YouTube, ative o sininho para ficar sempre atualizada com todos os assuntos abordados.

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