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Miomas Uterinos

O QUE SÃO OS MIOMAS?

Miomas (também chamados de leiomiomas) são tumores benignos que acometem o músculo do útero (miométrio). Raramente eles podem ocorrer em outros locais, como no colo do útero ou nos ligamentos que dão sustentação ao útero, como o ligamento redondo.

Quadro Clínico

Geralmente são assintomáticos, sendo identificados em exames de rotina ginecológica. Exceção a essa regra são os miomas submucosos, que podem cursar com sangramento uterino anormal importante, além de prejudicarem a taxa de sucesso de fertilidade das pacientes.

Como é Feita a Classificação ?

Segundo a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), os miomas são classificados em 8 categorias, de acordo com a imagem abaixo:

SUBMUCOSO

0

Intracavitário (pediculado)

1

Submucoso (<50% intramural)

2

Submucoso (>50% intramural)

 

OUTROS

3

Intramural tangenciando o endométrio

4

Intramural

5

Subseroso (>50% intramural)

6

Subseroso (<50% intramural)

7

Subseroso (pediculado)

8

Cervical ou parasitário

Planejamento Cirúrgico (Para os Miomas Submucosos)

A Classificação Proposta por Lasmar et al avalia diversos critérios, atribuindo pontuações que vão determinar qual a conduta mais adequada a ser adotada para cada paciente. Conhecida com STEP-W, ela emprega os seguintes critérios para a classificação dos miomas: Size (tamanho), Topography (topografia), Extension (extensão), Penetration (penetração) e Wall (parede acometida). Abaixo a tabela para essa avaliação:

De acordo com a pontuação obtida, define-se a melhor estratégia de abordagem do mioma submucoso, sendo dividida em três grupos, apresentados na tabela abaixo:

Sobre a Videohisteroscopia Cirúrgica

Técnica de cirurgia mini invasiva, onde o acesso à cavidade uterina é realizado pelo orifício do colo uterino, permitindo a avaliação do canal endocervical, região ístmica (transição do colo para o corpo uterino) e cavidade uterina, avaliando os óstios tubários, o endométrio e possíveis patologias (nesse caso, miomas submucosos e submucosos/intramurais). Nessa técnica, não se realiza corte (incisão), sendo a cirurgia realizada por um acesso natural (o canal do colo uterino). A avaliação por especialista permite a classificação correta e planejamento cirúrgico adequado individualizado.

Sobre a Videolaparoscopia

Técnica de cirurgia mini invasiva (pela via abdominal), permite a avaliação de toda a cavidade por incisões de pequeno tamanho e com maior definição promovida pela alta definição das óticas laparoscópicas. Pode ser associada à videohisteroscopia para controle intraoperatório em miomas submucosos/intramurais de maiores dimensões.

A videolaparoscopia permite a exérese de miomas pediculados, subserosos (com ou sem componente intramural), além dos “parasitas”, que localizam-se fora do útero.

Miomas de maiores dimensões podem ser retirados da cavidade com o auxílio de morcelador uterino, aparelho utilizado para “fatiar” o mioma (com ou sem o uso de endobag/endocatch/endopouch), permitindo que a cirurgia seja completamente realizada de forma mini invasiva, sem a necessidade de maiores incisões abdominais. A conduta a ser realizada depende de cada caso e é discutida com a paciente no planejamento pré-operatório.

Seguimento no Pós-operatório

Pacientes submetidas à videohisteroscopia para miomectomias ficam afastadas em geral de 5 a 7 dias, retornando às suas atividades habituais após esse período. As restrições costumam ser mínimas, evitando-se relação sexual e banho de imersão enquanto houver sangramento vaginal, que tende a ser pequeno e apresentar diminuição gradual, não sendo habitual uma duração maior do que 10 dias.

Já as pacientes submetidas à videolaparoscopias são afastadas de suas atividades por um período de 15 dias, retornando às suas atividades com algumas orientações, como restrição aos esforços mais intensos, além de evitarem atividade física e relação sexual por um período de 30 dias de pós-operatório (esse período pode ser estendido a depender do porte cirúrgico, sendo que cada paciente tem sua conduta individualizada).